Pequi

Pequi


Como ler uma infocaixa de taxonomiaPequi
Flor de pequi
Flor de pequi
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Malpighiales
Família:Caryocaraceae
Género:Caryocar
Espécie:C. brasilense
Nome binomial
Caryocar brasilense
Cambess., 1828
Sinónimos
pequizeiro, pyqui, piqui, pequiá, piquiá
pequi (Caryocar brasiliense), também chamado de pequizeiro,[1] piquipiquiá e pequiá, é uma árvore da família das cariocaráceas nativa do cerrado brasileiro. Seu fruto é muito utilizado na culinária sertaneja. Dele, é extraído um óleo denominado "azeite de pequi". Seus frutos são, também, consumidos cozidos, puros ou juntamente com arroz e frango. Seu caroço é dotado de muitos espinhos, e há necessidade de muito cuidado ao se roer o fruto, evitando-se nele cravar os dentes, o que pode causar sérios ferimentos nas gengivas e no palato. O sabor e o aroma dos frutos são muito marcantes e peculiares. O fruto pode ser conservado tanto em essência quanto em conserva.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Apontam-se várias possíveis etimologias para o termo "pequi"ː

Ocorrência[editar | editar código-fonte]

Símbolo da cultura e da culinária do estado de Goiás e muito utilizado em Minas Gerais, o pequi é encontrado em quase toda a Região Centro-Oeste do Brasil e em parte dos estados de RondôniaMinas GeraisTocantins, e nos cerrados de São Paulo e Paraná, bem como na Chapada do Araripe no lado Sul do Ceará, em cidades como Barbalha e Crato.Ele também é encontrado na Bahia, mais ao oeste Baiano. Em Goiás, podem ser encontradas todas as variedades em todo seu território. Está na lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo.[4]
É encontrado também na Bolívia.[5]
No estado do Tocantins, há uma cidade com o nome de Pequizeiro em homenagem à árvore, onde se celebra a festa do pequi todos os anos.

Descrição[editar | editar código-fonte]

É uma árvore grossa, com folhas trifoliadas e tomentosas. As flores são grandes e com estames compridos. Os frutos são drupáceosoleaginosos e aromáticos. Sua frutificação ocorre no período chuvoso entre os meses de outubro e fevereiro. A sua madeira é amarela.[1]

Usos[editar | editar código-fonte]

Nas antigas vilas de Meia Ponte (hoje Pirenópolis) e Vila Boa (atual Cidade de Goiás, antiga capital do estado), ainda no início do século XVIII, o pequi começa a ser utilizado na culinária de Goiás. Na região que circunda a cidade industrial de Catalão, o pequi era utilizado tão somente para a fabricação do sabão de pequi, de propriedades terapêuticas.
Frutos na árvore.
O fruto pode ser apreciado em variadas formas: cozido, no arroz, no frango, com macarrão, com peixe, com carnes, no leite, e na forma de um dos mais apreciados licores de Goiás. Além de doces e sorvetes.
Fruta à venda em CuiabáMato Grosso.
Sua polpa macia e saborosa deve ser comida com bastante cuidado, uma vez que a mesma recobre uma camada de finos espinhos que, se mordidos, fincam-se na língua e no céu da boca, provocando dores intensas, risco este que deixa de existir, uma vez assimilada a técnica de degustação, que é de fácil aprendizado. Deve ser comido apenas com as mãos, jamais com talheres. Deve ser levado à boca para, então, ser "raspado" - cuidadosamente - com os dentes, até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada, e parar antes que os espinhos possam ser vistos.
O fruto do pequizeiro, por ser rico em óleo, já foi muito utilizado na fabricação de sabão caseiro pelos moradores rurais do Tocantins, que não tinham fácil acesso ao produto industrializado. Na fabricação do sabão, a massa do fruto era misturada a um líquido retirado das cinzas de uma árvore conhecida popularmente por "mamoninha". Essa mistura era levada ao fogo e produzia um sabão vegetal de cor preta brilhante, bastante macio, que era usado para lavar roupas, utensílios e principalmente para a higiene pessoal pois, segundo as pessoas que o fabricavam, o produto fazia bem para a pele e cabelo. Seu óleo é, também, uma das principais fontes para a produção de biodiesel.[6] A sua madeira é aproveitável.[1]

Domesticação e melhoramentos genéticos[editar | editar código-fonte]

Devido ao consumo e uso cada vez maior do pequi e a necessidade de uma produção de maior qualidade para atender esta demanda, diversas instituições no Brasil estão estudando melhoramentos genéticos no pequi para que passe de uma atividade, em sua grande maioria, extrativista para uma produção profissional e de alto rendimento.[7][8][9][10]
Os melhoramentos genéticos têm fins diversos objetivando melhorar características como cor, sabor, espessura da parte comestível, quantidade de frutos, tamanho da árvore (variedade anã),[11] quantidade de óleo, etc. Mas um melhoramento em especial tem atraído boa parte dos pesquisadores: a possibilidade de se ter pequi sem espinhos. Sobre esta variedade, há notícias um tanto antigas sobre estudos envolvendo a Seagro e a Embrapa sobre o desenvolvimento de uma variedade desta.[12][13] Também há notícias um tanto antigas de que a Agência Rural pesquisa duas variedades de pequi sem espinho com exemplares encontrados nas cidades de Canarana - Mato Grosso e Cocalzinho - Goiás.[14] As notícias mais recentes sobre esta variedade é sobre uma árvore encontrada no Parque Indígena do Xingu. Sementes e mudas foram levadas pelo pesquisador Warwick Estevam Kerr à Universidade Federal de Uberlândia para estudos e replicação. Esta variedade em estudo de pequi gigante sem espinho é mais doce, mais macio, pode ser consumido in natura e possui 35 vezes mais parte comestível que o pequi comum.[15][16][17][18] Como ainda está em estudo, quase não existem locais onde possa se comprar, com segurança, mudas da espécie. Eventuais interessados devem ter muito cuidado e analisar cada caso, pois podem estar adquirindo mudas de pequi comum.[19][20]

Especificação do óleo virgem de Pequi[21][editar | editar código-fonte]

CaracterísticaUnidadeApresentação
Aparência (25Cº)----líquido
Cor----amarelo
Odor----característico
Índice de acidezmgKOH/g< 15,0
Índice de peroxido10 meq O2/kg< 10,0
Índice de iodogI2/100g40 -55
Índice de saponificaçãomgKOH/g190 – 210
Densidade 25 °C g/ml0,8560
Índice de refração (40 °C) -1,4569
Materia insaponificável (bioativos)%-
Ponto de fusão21
Composição dos Ácidos Graxos
Ácido palmítico% peso36,0 – 41,0
Ácido palmitoléico% peso0,8 – 1,2
Ácido oléico% peso51,0– 60,0
Ácido linoléico% peso0,8 – 3,0
Ácido linolênico% peso0,2 – 0,4
Ácido araquídico% peso0,1 – 0,4
Ácido gadoléico% peso0,1 – 0,3
Saturado%42
Insaturado%58

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