ora-pro-nóbis
Ora-pro-nóbis | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Espécie pouco preocupante [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Pereskia aculeata |
Pereskia aculeata, popularmente conhecida como ora-pro-nóbis (do latim ora pro nobis: 'ora por nós'), orabrobó, lobrobó ou lobrobô, é uma cactácea trepadeira folhosa. É uma planta bastante rústica, perene, desenvolvendo-se bem em vários tipos de solo, tanto à sombra como ao sol. Muito usada em cercas vivas, mas suas folhas e frutos, que são bagas amarelas e redondas, também servem como alimento.[2] A planta é também empregada para a produção de mel.[3][4]
É originária do continente americano, onde tem ampla distribuição - desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, passando pelas ilhas do Caribe. Planta perene, rústica e resistente à seca, é a única espécie do gênero Pereskia que tem hábito de liana. No Brasil, ocorre em florestas perenifólias, nos estados de Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.[5]
A denominação do gênero Pereskia refere-se ao botânico francês Samuel Carvalho, e o termo aculeata (do latim ăcŭlĕus, 'agulha' ou 'espinho') significa dotado de espinhos. Já o nome popular da planta, segundo a tradição, teria sido criado por pessoas que colhiam suas folhas no quintal de um padre, enquanto este rezava uma ladainha, cujo refrão, Ora pro nobis, era repetido a cada invocação.
Usos[editar | editar código-fonte]
Por serem ricas em ferro, as folhas da Pereskia aculeata ajudam a curar anemias. Podem ser usadas frescas ou, secas e moídas, no preparo da farinha múltipla, complemento nutricional empregado no combate à desnutrição. Ricas em mucilagem, contribuem para o bom funcionamento do intestino.
As folhas e flores são ingredientes de diferentes receitas de sopas, omeletes, tortas e refogados, sendo muito usadas na culinária das cidades históricas do estado de Minas Gerais, onde a planta é muito conhecida. Na cidade de Sabará, onde ocorre anualmente o Festival do Ora-pro-nóbis,[6] teria surgido a lenda de que o nome '"ora-pro-nóbis" teria sido criado por pessoas que colhiam a planta no quintal da casa do pároco local, que rezava uma ladainha.[7]Em Tiradentes, outra cidade de Minas Gerais, também há restaurantes que utilizam a ora-pro-nóbis, sendo apreciado o frango com ora-pro-nóbis.
Cruas, as folhas podem ser consumidas em saladas; desidratadas e trituradas, podem servir para enriquecer a farinha usada no preparo de massas e pães. As folhas secas contêm 25,4% de proteínas (razão pela qual a planta é conhecida como "carne de pobre"[7]) de alta digestibilidade (85%). Contém aminoácidos essenciais, em teores excepcionalmente elevados, destacando-se a lisina, cujo teor, no ora-pro-nóbis, é superior ao do milho, da couve e do espinafre.[3] As folhas também são ricas em vitaminas A, B e C , ferro, magnésio, cálcio e fósforo.[2][8][9]
Acredita-se que o cultivo em larga escala, com processamento industrial, do ora-pro-nóbis possa vir a provocar uma verdadeira revolução nos recursos alimentícios da humanidade, tendo em vista a facilidade do cultivo, a alta produtividade e o valor nutricional da planta, que serve também para alimentação animal, in natura ou adicionada à ração.[10]
Cultivo[editar | editar código-fonte]
A espécie tem flores brancas que podem servir como alimento. A variedade comestível tem flores com o miolo alaranjado e folhas médias e suculentas.[7][2]
Propaga-se por meio de estacas plantadas em solo fértil enriquecido de matéria orgânica. Depois de enraizada, é transplantada para o local definitivo. Em épocas de chuva pode ser plantada diretamente no local definitivo. Seu desenvolvimento, quando propagada por estaquia, é lento nos primeiros meses mas, após formação das raízes, tem o crescimento bastante acelerado.
A Pereskia aculeata não deve ser confundida com a Pereskia grandifolia ou a Pereskia bleo, que têm flores róseas. Essas espécies, muito comuns no Brasil, são difíceis de serem diferenciadas sem a florada.
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