Amanita regalis
Amanita regalis | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Amanita regalis (Fr.) Michael (1904) | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
Amanita regalis é um fungo que pertence ao gênero de cogumelos Amanita na ordem Agaricales. É encontrado exclusivamente na América do Norte
Taxonomia e etimologia[editar | editar código-fonte]
Amanita regalis foi descrito a princípio como Agaricus muscarius β regalis por Elias Magnus Fries, em sua obraSystema Mycologicum, publicada em 1821.[2] Em 1887, Pier Andrea Saccardo classificou-a como uma variedade de Amanita muscaria.[3] Edmund Michael, em 1903, foi a primeiro a considera-la uma espécie distinta.[4] Em 1941, Édouard-Jean Gilbert propôs uma completa reorganização do gênero Amanita em sua ampla monografia sobre o gênero, e moveu o fungo dos Amanitaria para A. muscaria var. regalis.[5] Na versão original do livro Agaricales in Modern Taxonomy (1949), Rolf Singer considerou-a uma subestpécie de A. muscaria, mas ressaltou que poderia se tratar de uma espécie separada; na quarta edição da obra (1986), ele a listou como uma espécie distinta.[6] A. regalis está classificado na seção Amanita do gênero de mesmo nome, um agrupamento de cogumelos relacionados entre si que possuem um anel (ou seus resquícios) no tronco, um bulbo na base.[7] Mais recentemente, um grupo de especialistas japoneses estudou a biogeografia do A. muscaria e espécies relacionadas e, usando análise filogenética molecular, concluiram que o táxon deve ser considerado um grupo de A. muscaria, ao invés de uma espécie distinta.[8] Entretanto, em 2016, tanto o Index Fungorum como o MycoBank listaram o táxon como Amanita regalis.[9][10]
A espécie recebeu vários nomes populares em língua inglesa, tal como "Brown fly agaric",[11] "king of Sweden Amanita",[12] e "king fly agaric".[13] Na França, é conhecida como Amanite royale,[14] enquanto na Alemanha é chamada de Königsfliegenpilz.[15] O epíteto específico é derivado do latim regalis, que significa "real".[16] Em 2000, foi escolhido pela Sociedade Micológica Alemã como o "Cogumelo do Ano".[11]
Descrição[editar | editar código-fonte]
Como todas as espécies Amanita, a maior parte do organismo se encontra abaixo do solo como um parceiro simbiótico para certas espécies de árvores. O corpo de frutificação do fungo é uma estrutura reprodutiva que aparece quando são reunidas as condições ambientais adequadas de umidade, temperatura e disponibilidade de nutrientes. O píleo (o "chapéu" do cogumelo) de A. regalis mede de 10 a 25 cm de largura e, dependendo do estágio do seu desenvolvimento, pode variar na forma de esférico a convexo para um tanto achatado. A cor é marrom-amarelada, e é densamente coberto por verrugas cascudas de tonalidade amarelada a ocre claro, que estão dispostas em anéis concêntricos quase regulares. Os anéis são um remanescente da volva deixados para trás durante a expansão do corpo de frutificação jovem. O píleo é carnudo e quando maduro tem ranhuras na margem, que pode se estender de 1,5 a 2 cm. A cutícula do chapéu pode ser separada do píleo por raspagem, para quase o centro.
As lamelas estão apinhadas, livres de conexão à estipe, e são brancas com uma coloração amarela cremosa. As bordas das lamelas são flocosas, o que significa que eles têm tufos de pelos macios, outro remanescente volval. A estipe de um indivíduo maduro mede tipicamente entre 10 e 20 cm de comprimento e 1,5 a 2 cm de largura, e se expande na base formando um bulbo ornamentado com 2 a 4 anéis de pequena verrugas cor de limão ou ocre-amarelado. Toda a estipe e o anel não são completamente brancos, eles têm um tom amarelado fraco. A carne é esbranquiçada, levemente amarelada no tronco, e amarelo dourado sob a cutícula do píleo. Ela não muda de cor em contato com o ar ambiente, e tem um gosto e odor não distintivo.
Características microscópicas[editar | editar código-fonte]
Os esporos são amplamente elipsoides a aproximadamente esféricos. São hialinos (translúcidos), lisos, e têm dimensões de 9 a 12 por 7 a 8 micrômetros (µm). Eles não são amiloides, o que significa que não absorvem o iodo quando em contato com o reagente de Melzer. As células produtoras de esporos, os basídios, têm forma de trevo, medem 38 a 46 por 3 a 13 µm, e tem fíbulas em suas bases.
Espécies semelhantes[editar | editar código-fonte]
Amanita regalis é facilmente distinguida de A. muscaria pela ausência de cor vermelha no chapéu, e as manchas amarelas no tronco. Quando o corpo de frutificação está numa forma que apresenta um píleo marrom-amarelado pálido, Amanita regalis pode ser confundido com p Amanita rubescens, um cogumelo comestível de cor amarelo-claro. Esta última espécie pode ser identificada porque quando seu cogumelo é cortado ou esmagado ele fica tingido com um coloração semelhante a de carne. E também pelo cor de sua própria carne sob a cutícula: A. regalis é amarelada enquanto A. rubescens é branca. Amanita pantherina tem uma cor parecida, mas sua carne é branca abaixo da cutícula do chapéu, e possui um bulbo em forma de cálice com uma distintiva borda.
Habitat e distribuição[editar | editar código-fonte]
Amanita regalis é uma espécie rara tipicamente encontrada crescendo sobre o solo de florestas montanhosas, tanto de caducifólias como de coníferas. É um fungo que forma micorrizas, associação na qual existe em uma relação simbiótica com certas espécies de árvores. O sistema de finas estruturas abaixo do solo, o micélio, envolve as raízes das árvores e fornece para elas os minerais necessários, oligoelementos e água do solo, enquanto a árvore, por sua vez, fornece ao fungo nutrientes que ela mesma produz, através da fotossíntese. Foi demonstrado experimentalmente que A. regalis forma micorrizas com bétula, pinheiro-da-escócia, pinheiro-anão, e espruce-da-Noruega.[17][18] Os corpos de frutificação costumam se desenvolver formando anéis de fadas.[19]
Na Europa, é muito mais comum no norte, e não tem sido relatado no sul e no oeste do continente.[20] Além de ser comum nos países escandinavos,[21] foi recolhida na Alemanha,[22] Hungria,[23] Letônia,[13] Rússia,[24] Eslováquia,[25] e Coreia.[26] Na América do Norte, a sua distribuição é restrita ao Alaska,[27] onde ele é normalmente encontrado acima da linha das árvores.[12]
Toxicidade[editar | editar código-fonte]
Amanita regalis é um cogumelo tóxico. Um caso de envenenamento foi relatado na Finlândia, onde três pessoas inadvertidamente consumiram o cogumelo achando que era o Macrolepiota procera, um fungo comestível. Os sintomas de envenenamento, que conmeçaram cerca de 1 a 2 horas após a ingestão, foram náuseas e vômitos intensos. Dois tiveram alterações do sistema nervosos central e sintomas colinérgicos, incluindo alucinações, confusão mental e perda da consciências, assim como salivação e sudorese. Todos os três se recuperaram 4 a 24 horas depois, sem danos no fígado, rins ou sistema nervoso central. Conforme este incidente demonstra, o cozimento dos cogumelos não neutraliza completamente suas substâncias tóxicas.[28] A análise química mostrou que a espécie contém ácido ibotênico e muscimol,[21] os mesmo componentes tóxicos do Amanita muscaria.[29]
Amanita regalis é capaz de bioacumular o metal pesado vanádio, um feômeno observo primeiro no Amanita muscaria em 1931.[30] Um estudo de campo com espécimes da Escaninávia encontrou 38 a 169 mg de vanádio por quilo do cogumelo seco (média de 119 mg/kg).[31] A título de comparação, a concentração do metal na maioria dos cogumelos é tipicamente inferior a 2 mg/kg
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