pé-de-pomba

pé-de-pomba


Como ler uma infocaixa de taxonomiaAmmi trifoliatum
pé-de-pomba
Caule basal de A. trifoliatum.
Caule basal de A. trifoliatum.
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Apiales
Família:Apiaceae
Género:Ammi
Espécie:A. trfoliatum
Nome binomial
Ammi trifoliatum
Hewett Cottrell Watson
Sinónimos
Ammi trifoliatum (H.C.WatsonTrel. é uma espécie botânica pertencente à família Apiaceae,[1] endémica no arquipélago dos Açores,[2] conhecida com outras espécies do género Ammi pelo nome comum de pé-de-pomba. A espécie faz parte de um complexo específico,[3] ainda relativamente pouco conhecido, que inclui outros dois endemismos açorianos, o A. huntii H.C.Watson e o A. seubertianum (H.C.Watson) Trel..

Descrição[editar | editar código-fonte]

Terófito anual ou bienal, podendo chegar a 2 (2,5) m de altura, com caules engrossados na base, erectos, rijos e quebradiços. Raízes ligeiramente tuberosas, com interior branco e fibroso.
Folhas 3-penatissectas, as superiores ternadas, com segmentos (lóbulos) oblongos, inciso-dentadas, com lobos agudos, estreitos e aristados. Os segmentos das folhas caulinares médias e superiores são oblanceolados.
Flores com sépalas ausentes ou vestigiais e 5 pétalas brancas, todas iguais, em umbelas terminais abertas. As umbelas têm 5-25 raios, os maiores até 7,5 cm de comprimento. As brácteas involucrais são penatissectas, por vezes apenas tripartidas, com segmentos lineares até 30 mm de comprimento. As brácteas umbelulares linear-lanceoladas. Pedicelos delgados até 15 mm de comprimento.
Cremocarpo oblongo-ovóide, com 1,50-1,75 mm, glabro.[4]

Ecologia e distribuição[editar | editar código-fonte]

A espécie apresenta uma distribuição muito irregular em locais ombrosos em altitudes acima dos 400 m, em geral encostas de grande inclinação, com predomínio para as zonas escarpadas ou ravinosas. Existem poucas populações e estas em geral constituídas por poucos indivíduos, o que coloca a espécie em situação vulnerável quanto ao risco extinção.[5]
A dificuldade em distinguir A. trifoliatum das outras espécies açorianas do género Ammi torna incerta a distribuição. Apesar disso está assinalado para todas as ilhas com excepção de Santa Maria.[6]

O complexo específico[editar | editar código-fonte]

Folhas e umbela seca de A. trifoliatum.
Raiz tuberosa de A. trifoliatum.
Entre 1842 e 1847 o botânico britânico Hewett Cottrell Watson descreveu três novas espécies do género Ammi, endémicas nos Açores. Essas três espécies, colectivamente conhecidas pelo nome comum de pé-de-pomba, partilham um conjunto alargado de traços morfológicos e aparecem distribuídas em habitats similares em todos os grupos de ilhas do arquipélago, não existindo uma clara segregação geográfica ou ecológica entre elas.
A situação atrás descrita é complicada pela fragmentação do habitat e o reduzido número de populações e indivíduos em cada ilha, distorcendo a variabilidade genética e dificultando sobremaneira a análise morfológica na qual está baseada a atribuição dos indivíduos a qualquer das espécies, pois não se conhecem estudos de genética ou biologia molecular realizados sobre estas populações que permitam esclarecer a sua posição taxonómica.
Em consequência, as três espécies endémicas, e as únicas nativas, do género Ammi nos Açores, formam um complexo específico que não se encontra esclarecido. Ao longo das últimas décadas, vários autores têm atribuído posições taxonómicas diferentes aos três taxa, variando entre considerar válida apenas uma espécie, que seguindo as regras da nomenclatura botânica seria precisamente a A. trifoliatum, a primeira espécie do complexo a ser validamente descrita em 1844, considerar duas espécies em agrupamento variável ou aceitar as três espécies descritas por Watson.
As posições taxonómicas propostas são as seguistes:
Foram estabelecidos os lectótipos para as três descrições originais de Hewett Cottrell Watson,[3] mas apenas um completo estudo usando as modernas técnicas da biologia molecular e da filogenética permitirá esclarecer inequivocamente a questão.

Amora-silvestre

Amora-silvestre


Como ler uma infocaixa de taxonomiaAmora-silvestre
Amoreira-silvestre ou silva, com amoras em diversos estados de maturação
Amoreira-silvestre ou silva, com amoras em diversos estados de maturação
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Clado:eudicotiledóneas
Clado:rosídeas
Ordem:Rosales
Família:Rosaceae
Subfamília:Rosoideae
Género:Rubus
Subgénero:Eubatus
Espécies
Rubus fruticosus
Linnaeus1753
Amora-silvestre comum,
entre outras centenas de microespécies (o subgénero inclui ainda as amoras-pretas)
As amoras-silvestres (Rubus fruticosus L.) são os frutos poliaquénios (frutos agregados) de arbustos (amoreira-silvestre) do género Rubus, vulgarmente designados como silvas, da família das rosáceas. As plantas crescem até 3 metros. Os frutos são usados para a composição de sobremesas, compotas e, por vezes, vinho. São muitos os tipos do que é vulgarmente designado como amora – incluindo muitas cultivares híbridas, com mais de duas espécies ancestrais.
A cultivar marionberry nasceu do cruzamento entre a amora tipo olallieberry e o tipo chehalem, de modo a conjugar as qualidades organolépticas dos dois tipos de fruta. A olallieberry resulta do cruzamento de loganberry com youngberry, que, por sua vez, resulta do cruzamento de framboesaamora-preta e amora-silvestre.
As silvas são compostas por longos caules curvos, com acúleos curtos, levemente encurvados. Quando os caules contactam com o solo desenvolvem, frequentemente, raízes laterais, dando origem a um novo pé de silva (reprodução assexuada), tornando-se uma espécie persistente, colonizando vastas áreas por longos períodos. Tolera facilmente solos pobres, sendo uma das primeiras plantas a colonizar baldios e terrenos de construção abandonados. As suas folhas são simples ou compostas, frequentemente trifoliadas. As flores brancas ou rosadas, florescem de maio a agosto (no hemisfério norte), dando, após a frutificação, as amoras de uma cor vermelha e, depois, negra.
Flor da amora-silvestre

orquídea-piramidal ou satirião-menor

orquídea-piramidal ou satirião-menor


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaAnacamptis pyramidalis
AnacamptisPyramidalis.jpg
Classificação científica
Reino:Plantae
Clado:angiospérmicas
Clado:monocotiledóneas
Ordem:Asparagales
Família:Orchidaceae
Subfamília:Orchidoideae
Género:Anacamptis
Espécie:A. pyramidalis
Nome binomial
Anacamptis pyramidalis
(L.Rich.
Anacamptis pyramidalis é planta herbácea, perene, pertencente ao género Anacamptis da família Orchidaceae (orquídeas). O nome científico Anacamptis deriva do grego ανακάμτειν 'anakamptein' significando 'curvada para a frente', enquanto que o nome em latim pyramidalis faz referência à forma piramidal da sua inflorescência.[1]
Os seus nomes comuns são orquídea-piramidal ou satirião-menor

Descrição[editar | editar código-fonte]

Gravura do livro de Charles DarwinFertilisation of Orchids, representando a cabeça da uma traça e o probóscide com várias polínias agarradas, provenientes de Orchis pyramidalis
Esta planta atinge em média 10 a 25 cm de altura, com um máximo de 60 cm. O caule é erecto e não ramificado. As folhas basais são linear-lanceoladas, com nervuras paralelas, de até 25 cm de comprimento. As folhas caulinares são mais pequenas e menos visíveis. O arranjo das flores hermafroditas, numa forma piramidal, é distintiva. A cor das flores varia de rosa a púrpura, ou raramente brancas. As flores possuem seis tépalas, sendo três pequenas sépalas e três pétalas. Duas pequenas pétalas estão inseridas lateralmente, enquanto que a terceira e labelo inferior é largo e bilobado. Na parte traseira da flor existe um espigão tubular de 1,5 cm de comprimento, enquanto que o labelo apresenta duas pequenas dobras laterais. O período de floração decorre de Abril a Julho.

Reprodução[editar | editar código-fonte]

As flores são polinizadas por borboletas e traças. Para garantir a fertilização, a sua morfologia está adaptada para os probóscides de lepidópteros, especialmente espécies dos géneros EuphydryasMelanargiaMelitaeaPieris e Zygaena. O mecanismo através do qual os seus pares de polínias se agarram aos probóscides dos insectos foi descoberto por Charles Darwin e descrito no seu livro Fertilisation of Orchids.[3]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Esta orquídea é nativa do sudoeste da Eurásia, desde a Europa ocidental, através da região mediterrânea para leste até ao Irão. Na Alemanha, é rara e foi declarada a Orquídea do Ano em 1990 para aumentar a consciencialização acerca desta planta.

Habitat[editar | editar código-fonte]

Anacamptis pyramidalis requer locais ensolarados com solos diversos, podendo crescer em solos muito alcalinos. Pode ser encontrada em prados ou encostas secas e expostas, em altitudes de 0 a 2000 m acima de altitude.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Plantas de Anacamptis pyramidalis
Inflorescências de Anacamptis pyramidalis
Uma inflorescência de Anacamptis pyramidalis
Uma flor de Anacamptis pyramidalis
Folha de Anacamptis pyramidalis

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Anacamptis pyramidalis foi descrita por (L.Rich. e publicado em Mémoires du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 55. 1818.[4]

Sinónimos[editar | editar código-fonte]

  • Aceras pyramidalis Rchb. 1833
  • Anacamptis condensata C.Koch 1849
  • Anacamptis durandi Bréb. 1936
  • Orchis bicornis Gilib. 1792
  • Orchis pyramidalis L. 1753
  • Orchis rivinii Gouan 1775
  • Anacamptis pyramidalis f. condensata (Desf.Maire & Weiller in R.C.J.Maire 1959
  • Anacamptis pyramidalis f. sanguinea (DruceP.D.Sell 1997
  • Anacamptis pyramidalis subsp. condensata (Desf.) H.Lindb. 1932
  • Anacamptis pyramidalis var. brachystachys (d'Urv.Boiss. in ?
  • Anacamptis pyramidalis var. sanguinea (Druce) Kreutz 2003
  • Orchis appendiculata Stokes 1812
  • Orchis brachystachys d'Urv. 1822
  • Orchis condensata Desf. 1799
  • Orchis duquesnii Nyman 1855
  • Orchis pyramidalis var. sanguinea Druce 1929[5]

Variedades[editar | editar código-fonte]

Possui algumas variedades, por vezes tratadas como subespécies, limitadas a algumas regiões:
  • Anacamptis pyramidalis var. tanayensis (Chenevard) Soó in Keller - Flores mais escuras e pequenas. Cantões de Friburgo e Valais (Suíça).
  • Anacamptis pyramidalis var. urvilleana (Sommier & Caruana) Kreutz - Malta.
  • Anacamptis pyramidalis var. sanguinea (Druce) Kreutz - Inflorescência mais arredondada, planta geral mais pequenas. Condado de Galway até ao Condado de Kerry (Irlanda)
A variedade alba pode ser encontrada em toda a área de distribuição da espécie.

Usos[editar | editar código-fonte]

O tubérculo seco e moído dá uma farinha denominada salepo. Trata-se de uma substância nutritiva, doce, rica em amido. É usada em bebidas, cereais e para fazer pão. É também usada em dietas para crianças e convalescentes.

Aloe do Natal

Aloe do Natal


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaAloe arborescens
Aloe Arborescens - Kirstenbosch.jpg
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Liliopsida
Ordem:Asparagales
Família:Xanthorrhoeaceae
Género:Aloe
Espécie:A. arborescens
Nome binomial
Aloe arborescens
Mill.
Distribuição geográfica
Distribuição da Aloe arborescens, mapa da Africa mostrando realçado Africa do Sul, Malawi, Moçambique e Zimbabe.
Distribuição da Aloe arborescens, mapa da Africa mostrando realçado Africa do Sul, Malawi, Moçambique e Zimbabe.
Aloe arborescens é uma espécie de Aloé, pertencente à família Xanthorrhoeaceae.[1] Também é conhecida por Aloe do Natal, por ter suas flores nascendo no inverno, as
suas folhas suculentas que, quando cortadas, escudam uma goma (como grande parte dos aloes).
Apesar de arborescens significar "com a forma de uma árvore", nunca assume o formato de uma árvore, apresentando-se apenas como um maciço de plantas em que os rebentos mais novos vão empurrando os mais velhos, embora esta espécie possa chegar a três ou quatro metros de altura.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Aloe arborescens é um grande suculento de várias cabeças, seu nome específico que indica que às vezes atinge o tamanho de árvore.[2] Altura típica para esta espécie 2-3 metros de altura. Suas folhas são suculentas e verdes com uma ligeira tonalidade azul. Suas folhas estão armadas com pequenas espinhas ao longo de suas bordas e estão dispostas em rosetas situadas no final dos ramos.[3] As flores são organizadas em um tipo de inflorescência chamada racemo. Os racemos não são ramificados, mas dois a vários podem brotar de cada roseta. As flores são de forma cilíndrica e apresentam uma cor vermelha / laranja vibrante.[2]
Taxonomicamente, faz parte da série Arborescentes de espécies Aloe estreitamente relacionadas, juntamente com Aloe pluridens e Aloe mutabilis.[4]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Aloe arborescens é endêmico da parte suleste de África do Sul. Especificamente, esta gama inclui os países de África do SulMalauiMoçambique e Zimbabue.[3] Tem a terceira maior distribuição entre o gênero de aloe.[2] Embora Aloe arborescens se tenha adaptado a muitos habitats diferentes, seu habitat natural geralmente consiste em áreas montanhosas, incluindo afloramentos rochosos e cumes expostos. Seu habitat pode variar e é uma das poucas espécies de aloe que se encontra crescendo do nível do mar até o topo das montanhas.[2]
Habitat típico da Aloe arborescens
É uma espécie muito cultivada, sobretudo em jardins ou bermas de estrada, devido ao tamanho que atinge e ao diâmetro da sua rosácea simples (1,5 metros) que o leva a ser difícil de ter em vasos ou dentro de casa. No entanto, como todos os aloes, sabe-se adaptar ao tipo de terreno e à luz e água disponíveis.

Cultivo[editar | editar código-fonte]

Aloe arborescens é valorizado pelos jardineiros por suas qualidades arquitetônicas, suas folhas verdes suculentas, flores coloridas e vibrantes e florescer no inverno. O doce néctar atrai pássaros, borboletas e abelhas. Com uma temperatura mínima de 10 °C,[5] em regiões temperadas é cultivada em estufa. A cultivar ' A.arborescens 'Variegata' ganhou o Prêmio de mérito do jardim da Royal Horticultural Society .[6]
Na África Austral, Aloe arborescens é tradicionalmente plantada em torno de kraals (gabinetes de estoque domésticos) como uma cerca viva ou cerca de segurança. Muitas vezes acontece que a posição dos kraals antigos ainda pode ser vista muitos anos depois de serem abandonados, porque os aloés persistem. Este aloe é facilmente propagado por estacas.[2]

Estudos Pré-clínicos[editar | editar código-fonte]

Em um estudo de laboratório conduzido por Jia et al., As feridas foram induzidas em cobaias de laboratório (ratos e coelhos) e a polpa de Aloe arborescens foi aplicada às feridas.[7] Os resultados mostraram que as taxas de cicatrização foram melhoradas em feridas tratadas com Aloe arborescens. De acordo com o estudo, as aplicações do extrato Aloe arborescens "tenderam a reduzir significativamente a gravidade da ferida com respeito ao tratamento salino". O estudo descobriu que Aloe arborescens pode ser usado para reduzir o crescimento microbiano. O estudo descobriu que a aplicação "efetivamente inibiu o crescimento bacteriano para quatro bactérias durante o período de observação do tempo".[7]
Os resultados do laboratório mostram que A. arborescens inibe a proliferação celular de mieloma de ratos.

White Wood-Aster

  "O escarlate dos bordos pode me sacudir como um grito De clarins passando. E meu espírito solitário emociona Ao ver os ásteres gelado...